quarta-feira, 30 de janeiro de 2019


Nunca imite

“A mente adora imitar, pois imitar é muito fácil. Agora, ser alguém é muito mais difícil. Tornar-se alguém é facílimo, basta ser um hipócrita, o que nem é muito complicado. Lá dentro você permanece o mesmo, mas na superfície você segue se maquiando de acordo com determinada imagem.


Por exemplo, o cristão está sempre tentado ser como Cristo – é isso que a palavra “cristão” significa, ele adoraria ser como Cristo; e caminha nessa direção; mesmo que ainda esteja muito distante, vai seguindo devagar. Um cristão é alguém que tenta ser como Cristo; um muçulmano é alguém que tenta ser como Maomé; e por aí vai.
Acontece que, infelizmente isso não é possível, nada disso faz parte da natureza do universo. O universo só cria seres únicos. A existência não tem a menor ideia de como fazer réplicas, cópias de papel carbono ou de xerox, ela só sabe fazer seres originais. E cada indivíduo é tão original e único que, se tentar ser como Cristo, na verdade estará cometendo suicídio. Se tentar ser como Buda, estará cometendo suicídio.
Assim, o segundo pedido é: não imite. Se você realmente quer saber quem você é, por favor, evite imitações; pois imitar é apenas uma forma de evitar conhecer a si mesmo.
Você não pode mudar as leis do universo. Você pode apenas ser o que você é, e nada mais. E é maravilhoso ser quem você é. Tudo aquilo que é original irradia beleza, frescor, perfume, vitalidade. Toda forma de imitação é algo morto, apagado, falso, plastificado.
Você pode até fingir, mas quem você acha que está enganando? Exceto a si mesmo, não engana ninguém. E qual o sentido de toda essa enganação? O que você vai ganhar com isso?
Ainda hoje, há milhares de pessoas que vivem de acordo com os preceitos de Buda. É bem possível que esses preceitos tenham sido bons para Buda, que ele tenha feito um bom uso deles; não tenho nada contra Buda Gautama. Mas ele não estava imitando ninguém!
É isso, que você não vê. Você acha que Cristo imitava alguém? Se você tiver só um pouquinho de inteligência, o mínimo que seja, já basta para entender esse fato tão simples; não precisa ser nenhum gênio. Quem Cristo imitou? Quem Buda imitou? Quem Lao-Tsé imitou? Ninguém! É por isso que eles floresceram. Mas você está só imitando.
A primeira coisa que você deve saber é que uma das bases de uma vida religiosa é justamente não imitar. Não seja um cristão, não seja um muçulmano, não seja um hindu. Só assim você vai descobrir quem você é.
O problema é que, muito antes de descobrir a si mesmo, você acaba se cobrindo com todo tipo de rótulos, e ao ler esses rótulos, pensa que é isso o que você é – um muçulmano, um cristão, um judeu. Mas isso são apenas rótulos, etiquetas coladas por você mesmo, por seus pais ou por todas as pessoas bem intencionadas que o cercam."


(Osho- “Vivendo perigosamente A aventura de ser quem você é”.)

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