QUEM SOU
EU?
Aquele
que quiser perguntar “Quem sou eu?” não deve ir ate ninguém. Deve sentar-se em
silêncio e fazer a pergunta no fundo do seu próprio ser. Deixe a pergunta
reverberar. Não verbalmente. Existencialmente, deixe a pergunta ficar lá como
uma flecha que perfura o coração, “Quem sou eu?”, e acompanhe a pergunta.
E não
tenha pressa de responder a isso, porque, ao responder, essa resposta,
provavelmente, terá vindo de outra pessoa, algum padre, algum político, alguma
tradição. Não se deve responder a partir da própria memória, porque a memória é
toda emprestada. A memória é como um computador, completamente sem vida. A sua memória
não tem nada haver com o saber. Ela foi alimentada. Portando, quando alguém perguntar
“Quem sou eu?”, e sua memória disser “ Você é uma grande alma”, você deve ficar
alerta. Trata-se de uma armadilha. É preciso descartar todo esse lixo, pois é
tudo podridão.
Basta
continuar a perguntar “Quem sou eu?... Quem sou eu?... Quem sou eu?...”, e um
dia vai ser possível perceber que a pergunta também desapareceu. Ficou apenas
uma sede: Quem sou eu?” Não realmente uma pergunta, mas uma sede, ou seja, todo
o seu ser pulsando com a sede: Quem sou eu?”
E um dia
a pessoa vai perceber que nem ela mesma esta lá: há apenas a sede. E nesse
estado intenso e apaixonado do seu ser, de repente, ela percebe que algo
explodiu. De repente ela fica cara a cara consigo mesma e não sabe quem ela é.
Não tem
como perguntar ao próprio pai: Quem sou eu?” Ele próprio não sabe quem ele é.
Não tem como perguntar ao avô ou ao Bisavô. E não se deve perguntar! Não se deve
perguntar a mãe, à sociedade, à cultura, à civilização. Deve-se perguntar ao âmago
mais profundo.
Se a
pessoa realmente quiser saber a resposta, deve buscar em seu interior, e é a
partir dessa experiência interior que a mudança acontece.
Você
pergunta: “Como posso mudar isso?” Você não pode mudar isso. Primeiro é preciso
encarar sua realidade, e é exatamente esse confronto que vai mudar você.
(“Fundamentos para uma nova humanidade - O livro do ego, liberte-se da
ilusão- OSHO).
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